quarta-feira, 31 de julho de 2013

Volta a metade de Portugal - Dia 26 de Julho

Dia 26 de Julho

Este foi, finalmente, o dia do regresso. Ainda cansados do stress no dia anterior, a vontade era sair cedo para chegar a casa o quanto antes. Portanto, 10h já estávamos a sair do parque em direcção ao Intermarché local para tomar um pequeno almoço avantajado e não perder muito tempo pelo caminho.

O princípio inicial de não usar estradas nacionais manteve-se, mas aqui a opção recaiu pelas estradas que permitissem rolar mais rápido. Apanhar o IP2 era então urgente, mesmo na parte em que se une com a A23 (afinal seriam só uns 15 kms).

Não há muito para contar da viagem. Passámos o Fundão novamente a brigar com as placas que teimavam mandar-nos para a Auto-Estrada, descansámos em Castelo Branco e parámos na Ponte de Sor para comer um gelado. O restante caminho foi feito com cautela sempre tendo em mente que a maioria dos acidentes acontecem perto de casa. Felizmente correu tudo bem.

O custo da viagem com alojamento e combustível foi o seguinte:
Alojamento - 56€
Combustível - 113€ para 1480kms com uma média de 4.9 l/100kms

Ficam as poucas fotos do regresso:






segunda-feira, 29 de julho de 2013

Volta a metade de Portugal - Dia 25 de Julho

Dia 25 de Julho

Este era suposto ser o dia de regresso a casa. O objectivo seria ir até Manteigas, subir até à torre e fazer o resto do caminho por Castelo Branco até casa. Mas não foi bem assim!

Para começar bem o dia, estava um frio do catano. Mesmo com a temperatura a subir devido aos raios de sol que iam rompendo, parecia inverno.

Decidimos então tomar o pequeno almoço no restaurante frente ao lago. Umas tostas, um Compal e um Ucal e estávamos prontos a atacar as curvas. Foi o que fizemos. Depois de pagar 18€ pela estadia e pequeno almoço, lá foi a margarida devorar umas curvas em direcção a Manteigas.

A estrada não era grande coisa. Havia pedaços arranjados que eram simplesmente um sonho, mas outros pareciam um trilho porreiro para fazer de CRF. Nada que impedisse a "Maria" de ir a cantarolar lá atrás.

Chegados a Manteigas, toca a meter gasolina, pedir uma factura e ouvir a pérola do dia: "Alexandre é com X ou com CH?". Ainda estive para pedir com CH só pela piada, mas achei que era ser demasiado mau e pedi como devia ser!

Era então, era hora de fazer a subida para a torre. No entanto, mesmo a sair de Manteigas... POUM! Um enorme estouro e a margarida começou a "varejar" de traseira. Vi logo que tinha um furo. Parei numa pequena sombra, desmontámos e, para meu espanto, o pneu tinha rebentado. "Que raio de sorte pá" pensei eu danado! O rasgo era demasiado grande para colocar um taco e tinha quase a certeza absoluta que não haviam oficinas de motas na vila.

Pensei então em colocar um taco com muita cola, usar o spray anti-furo e as botijas de ar comprimido para tentar chegar ao centro da vila. A coisa até funcionou. Muito devagar, lá vai ele à procura do primeiro pedestre que passasse para perguntar onde havia uma oficina. "Há uma perto das bombas de combustível!" disse alguém num grupo de jovens, ora isso era mesmo onde eu tinha estado e lá fui eu.

Quando cheguei, eram por volta das 13:20, hora de almoço. Fizemos uma espera até às 14h e, quando o senhor chegou, más notícias. Ele disse que não trabalhava com motas e em Manteigas não havia ninguém que pudesse safar. Ora toca de ligar para a assistência em viagem e pedir para levarem a mota para casa. Eis que tenho um choque. Há um plafond e a distância ultrapassava o valor. A mota tinha mesmo de ir para a oficina da Honda na Guarda. Vamos lá então esperar pelo reboque.

Passada quase uma hora, lá chega o Sr. do reboque num Patrol. Era só para ver onde estava uma vez que ainda tinha de ir buscar o reboque. Mais meia hora passada e finalmente chegou para levar a "piquena" ao o sr. doutor.

O sr. do reboque era muito simpático e um motard. Tinha um GSX 1100 F e deixou-me algo tranquilo na altura de carregar a mota uma vez que disse que já o tinha feito N vezes. No final da viagem, quando cheguei a casa, reparo nos riscos na jante de trás, no braço oscilante e foi então que vi que afinal o simpático sr. não tinha feito estes serviços assim tanta vez. Mas isso é um assunto a decorrer uma vez que ainda tenho de pedir orçamento da reparação para pedir indemnização.

A viagem para a oficina foi feita a abrir. Nunca tinha andado tão depressa num reboque. Apesar de tentar manter uma aparência calma, ia aterrorizado com a possibilidade da mota cair. Felizmente não aconteceu e rezei aos santinhos todos por termos chegado bem.

Já na Honda apenas havia um pneu na medida necessária, um bridgestone bt023 que iria custar 160€. Umas horas depois, já estava a mota pronta a andar.

Como já era tarde, não achei correcto fazer-me à estrada de noite. Decidimos então ficar no parque da Guarda. A minha esperança era que ainda fosse tão bom como quando pertencia à Orbitur. Mas não. Agora era camarário e tinha um ar abandonado. Como toda a cidade da Guarda aliás. Muitos grafittis, tudo com um ar muito velho, passeios desnivelados e por arranjar. Nada disto era como me lembrava quando passava fins de semana há uns anos neste parque de campismo.

Ultrapassado o choque inicial, dirigi-me à recepção e a funcionária não estava, tinha ido "comer qualquer coisa ao café". "Porreiro" pensei eu. Cansado e com fome, ainda tinha que esperar que a funcionária pública cumprisse com o seu direito da pausa para lanchinho. A sorte é que ela, mal eu ia começar a resmungar, estava a chegar para terminar o seu dia de trabalho árduo.

Finalmente montámos a tenda, lavámos a cara e lá fomos procurar um restaurante. A selecção foi para a Marisqueira Caçador. Sentámo-nos e logo estranhámos a falta de atenção do funcionário para connosco. Parecia apenas atender bem os amiguinhos que chegavam para jantar. Quase meia hora depois, sem ainda termos pedido nada, pedimos para mudar para o interior do restaurante, uma vez que no exterior o fumo a tabaco estava a incomodar. Lá fomos e passado algum tempo é que nos pediram desculpa pelo atraso porque estavam com falta de pessoal. A partir daí tudo correu bem. Eu pedi um bife do lombo à Inglesa, a "Maria" pediu lulas e, no final, foi tempo de rematar com uma mousse de café e um leite creme. Perfeito!

Agora de barriga cheia, era tempo de ir dar uma volta pela cidade que parecia totalmente diferente. A sua personalidade histórica parecia ter aparecido do nada e, de repente, estávamos deliciados a tirar fotos às igrejas, conventos e ruelas medievais. No entanto o cansaço era muito e fomos para o parque onde, durante o caminho, deu a sensação de estarmos a ser perseguidos por um indivíduo com ar duvidoso. Toca a acelerar o ritmo quase a passo de corrida e, ao chegarmos ao parque, ficámos espantados por não haver vivalma a guardar a entrada do mesmo. Inadmissível! Se nós entrámos sem ninguém dar conta, qualquer pessoa o faria. Ia ser uma noite de sobressalto.

Ficam as fotos deste dia:







































domingo, 28 de julho de 2013

Volta a metade de Portugal - Dia 24 de Julho

Este era o dia de fazer um esticão até à Serra da Estrela por estradas nacionais. Ia ser duro, mas mesmo assim teria de ser feito.

O dia começou logo muito cedo com uma família madrugadora que, talvez por achar que as tendas são insonorizadas, lá acharam que berrar uns com os outros às 7:30 da manhã era uma coisa banal num parque de campismo. Nada que desmotivasse 2 viajantes determinados. Banho tomado, pequeno-almoço na barriga e tenda arrumada, foi hora de pagar o parque e, depois de termos saído, reparámos no recibo que nos tinham cobrado um talhão "A", apesar de termos ficado num "C" (o mais caro). Também não fui reclamar uma vez que era obrigação deles ir verificar durante a noite em que talhão os recém chegados montam a tenda.

Enganos à parte, lá foram eles em direcção a Vilarinho das Furnas por recomendação de um guia que levámos. Passámos São Bento da Porta Aberta, uns atalhos aqui e uns enganos ali e lá chegámos à barragem. Das duas uma, ou não estivemos no sítio correcto ou aquilo não tinha nada de especial. Mesmo assim tirámos as fotos da praxe.

Agora era hora de fazer kms. O primeiro destino era Braga. Muita serra, muitas curvas e muita dor no rabo. Afinal já nos aproximávamos rapidamente da marca dos 1000 kms.

Em Braga, parámos num parque perto de um moto clube (sem motas). Descansámos um pouco e comemos o restante que havia na marmita comprada no dia anterior. Afinal era altura de poupar uns trocos e acelerar o ritmos porque a Toca da Raposa ainda vinha longe.

Mais uns kms até Guimarães e Felgueiras, sempre a seguir as placas até Amarante. Até que as placas desapareceram e me levaram a entrar na auto-estrada em direcção ao Porto. Fiquei danado e saí no primeiro acesso que encontrei. Sem saber bem onde estava, tentei seguir (meio perdido) as placas de novo até Felgueiras. Entretanto, numa rua estreita e a descer a pique dou de frente com uma Kangoo. O sr. não recuava e eu, pelas razões óbvias de não ter marcha atrás, também não. Depois ainda ouvi a boca de que ele não tinha obrigação de parar. No entanto, passados os insultos lá encontrámos o caminho correcto com a ajuda de um transeunte e a partir daí foi fazer kms. Lamego, Castro D'Aire e Viseu passaram num instante e Seia estava logo ali.

Agora era hora de encontrar a Toca da Raposa. Ora o guia dizia que estava em direcção a Oliveira do Hospital. Foi só seguir as setas até que começam a surgir os maus caminhos e a seta para um parque de campismo com um nome estranho. Pergunto a uns locais onde ficava e "é já ali, fazendo aquele caminho de terra batida". O problema é que o caminho de terra batida nem para as trails era bom, quanto mais para a Margarida. Disse a mim mesmo que nem obrigado ia por ali e regresso a Seia para procurar outro parque.

Já em Seia, pergunto a um rapaz de bicicleta de montanha onde era o parque mais próximo em que ele me aconselha o Vale do Rossim e informou-me que a Toca da Raposa era um local onde agora se faziam umas raves manhosas. Ok, aquilo explicava muita coisa.

No entanto, como já era tarde, jantámos em Seia no Restaurante Regional da Serra e comemos um arroz de polvo e um arroz de gambas. Apesar de saborosos o arroz estava cru. Como o cansaço já era muito aquilo marchou que nem reclamámos nem nada.

Já em direcção ao Vale do Rossim, foi altura de apreciarmos o por do sol do topo da Serra da Estrela. Vistas maravilhosas e muito frio como se fosse inverno mas não era altura de sermos "meninos". O parque era já ali e ainda queria apanhar uma ponta de claridade para montar a tenda.

Chegados ao parque, foi questão de arranjar um local iluminado e perto das casas de banho. Arredámos umas pinhas, acalcámos umas ervas e tínhamos o sítio perfeito debaixo de um luar perfeito.

Ficam as fotos deste dia: