terça-feira, 5 de março de 2013

Passeio à Marinha Grande

O principal objectivo deste passeio era simplesmente passar um bom bocado numa patuscada com amigos e lá pelo meio dar uma voltinha de mota. Mas tornou-se muito mais que isso, já que se conseguiram umas "borlas" que não se apanham frequentemente juntas. Os amigos trocaram de mota, encontrei uma das melhores estradas de sempre e assistimos ao por do sol a partir de um farol.

O local de partida não era nada de novo, muito menos a hora. 9h da manhã na Repsol da 2ª circular, esperar que todos cheguem, apreciar a mota nova e lá estamos nós a caminho. Seguindo pela A1 até Vila Franca de Xira é aqui que vamos apanhar a nacional. Como esperado, o trânsito era pouco. Só no Carregado se tornou um pouco mais intenso, mas nada de especial. Afinal era Sábado de manhã e, apesar de muita gente não trabalhar, ainda há quem faça este país andar.

Findo o Carregado, tornou-se tudo melhor. A estrada, o sol, a temperatura e a vista estavam a antever um dia fora do normal. Ainda apanhámos um acidente de camião onde pensámos o pior. O condutor despistou-se numa recta pouco antes do Cercal e, devido ao aparato, parecia que tinha acontecido uma tragédia. Nada disso, o camião foi puxado para a estrada e apenas tinha o pára-choques um pouco dobrado. Quando vimos que estava a sair pelos próprios meios e ninguém se tinha magoado continuámos viagem muito mais descansados.

Depois de uma N115 bastante agradável, foi então altura de irmos ter com o nosso companheiro da Marinha Grande à Foz do Arelho. Ainda com mazelas do temporal que se abateu recentemente, fomos tomar café num dos bares da praia onde, alguém se lembrou de deixar ao critério do sr. do café, o tipo de chá que iria tomar. Tomou então um "belo" e "delicioso" chá de baunilha. Foi aqui que tivemos oportunidade de apreciar com mais atenção as motos novas dos nossos companheiros. Compradas quase no mesmo dia na Jomotos em Leiria, trocaram uma Goldwing e uma Crossrunner por uma GS 1200 Rally e por uma GS 1200 Black respectivamente. Embora esta última tenha sido adquirida em segunda mão, estava num estado irrepreensível. Não tinha uma única falha que se pudesse apontar à primeira vista.


Motas apreciadas, foi altura de nos metermos a caminho de São Martinho do Porto para mais uma surpresa. Um fantástico miradouro que, apesar de toda a minha vida ter frequentado esta zona, nunca tinha ido a tal local. Com uma vista fantástica sobre a baía e o mar, nada como as imagens para ilustrar a beleza deste local. Só tive pena de ter assistido a mais uma fuga ao PDM (plano director municipal) pois estava um empreendimento mesmo no meio da vista que só pode ter sido construído com autorizações corruptas.


Vista contemplada e motas novamente apreciadas, foi altura de visitar o forte da Nazaré. Local bastante concorrido hoje em dia, muito por responsabilidade das ondas de 30 metros, estava com o mar de uma cor de cortar a respiração. Cenário que normalmente só se encontra em ilhas do pacífico. Como não havia uma única onda, foi questão de torcer por quem estava a praticar pesca submarina e desejar-lhes boa captura.


Como já era muito perto das 13h, decidimos ir almoçar. Foi-nos prometida uma recepção "pobrezinha" mas, como já esperávamos, encontrámos um banquete real. Carne com fartura, doces dignos das melhores pastelarias e bebida para um batalhão de gente, tornaram aquela tarde em algo que eu já não presenciava há muito e que já muita falta me fazia. Bons amigos, bom convívio e no final, "lanzice" a condizer.

Conversa puxa conversa, era altura de irmos puxando até São Pedro de Moel para, a custo, finalizarmos a viagem. Foi aqui que aconteceu algo que não estava nada à espera. Seguindo logo atrás de quem conhecia aqueles caminhos, dei comigo na melhor estrada em que já circulei. Com curvas dignas de qualquer circuito, foi um trajecto que, curva após curva, nos deixa com aquele sorriso parvo na cara e convencidos que somos o melhor piloto que existe. Mas atenção, essa N242-2 tem muitas lombas seguidas de curvas acentuadas e certos pontos com a berma em mau estado. Não é estrada para fazer a fundo numa primeira tirada, convém fazer um reconhecimento primeiro.


Chegados a São Pedro de Moel, fomos apreciar as vistas e o pôr do sol. Foto para aqui, brincadeira para ali e, lá do cimo do farol, eis que alguém nos faz sinal para subirmos. Não acreditámos que pudéssemos ver o interior do farol, por isso pensei que tivéssemos feito asneira. Mas não, era mesmo o guarda do farol a convidar-nos para visitarmos aquela bela peça de engenharia de precisão. Foi o final de dia quase perfeito. Quase porque melhor que lá estar, era estar com a nossa cara metade e essa infelizmente não me conseguiu acompanhar. Fica para uma próxima.

No regresso, foi fazer uma pequena paragem nas Caldas da Rainha para comprar beijinhos e suspiros para apanharmos a A8 logo de seguida. Ia dar o jogo Sporting vs Porto e havia alguém que estava ansioso para não deixar o Benfica fugir na classificação. Foi o pior desta viagem. A8 de noite não é aquilo que os motociclistas sonhem. Mas depois de um dia destes, dificilmente iríamos conseguir ter um regresso compensador. Pelo menos deu para abrir as goelas à "margarida"!