domingo, 7 de setembro de 2014

Em busca das curvas perdidas do Alentejo

Este passeio era para se chamar "Por caminhos de cabras (sem passar pela Glória do Ribatejo)" mas, devido à chuva e ao perigo que certas estradas apresentam quando caem os primeiros pingos, decidi alterar a rota ligeiramente e chamar-lhe "Em busca das curvas perdidas do Alentejo". Ainda comecei por seguir a rota traçada, mas pareceu-me de facto bastante perigoso.

As estradas apresentavam-se muito escorregadias por causa do óleo e terra

Voltei para trás e segui em direcção ao Couço, apanhei o atalho pela Ribeira de Sor até Montargil para seguir em direcção a Alter do Chão.

Primeira paragem frente ao Clube Náutico de Montargil

Ainda antes de chegar a Alter do Chão, passei por uma placa que dizia "Ponte Romana". Não podia deixar passar este ponto de interesse e decidi investigar. Trata-se de uma antiga ponte romana que integrava a importante estrada romana que ligava Lisboa a Mérida (capital da Lusitânia) passando por Ponte de Sor e Alter do Chão.





Em Alter do Chão foi altura de fazer um ponto de situação sobre a rota a fazer. Vou em direcção a Portalegre e depois subo para Marvão ou vou direcção a Alpalhão e desço para Portalegre? Optei pela segunda opção para não repetir estradas. 




Foi então que dei com duas maravilhas. O Mosteiro de Flor da Rosa logo a seguir a Alter que é absolutamente lindíssimo e foi transformado em Pousada e a Senhora da Redonda em Alpalhão que tem um acesso bastante complicado mas no final vale a pena. A igreja está fechada, mas mesmo assim conseguir tirar uma foto do interior através das grades.










Foi altura de comer uma bucha e seguir em direcção a Castelo de Vide onde estava uma feira medieval a decorrer. Era muita confusão para mim, por isso decidi tirar só uma foto ao castelo e rumar ao miradouro da Senhora da Penha para tirar umas fotos.









Esta foi a primeira das surpresas em termos de curvas. O acesso oeste ao miradouro está um pouco degradado, mas dali para a frente é um mimo. De destaque esteve o São Pedro que até à altura ainda não me tinha brindado com chuva e a estrada estava totalmente seca. Até agora estava a adorar a Serra de São Mamede e o caminho para a Mui Nobre e Sempre Leal Vila de Marvão não desiludiu. A subida tem curvas fantásticas, uma vista de arrasar e ciclistas a elevar o nível de dificuldade. 
Então, o que se pode pedir mais? O Castelo mais bem cuidado que já visitei, um verdadeiro regalo para a vista e os 1,30€ mais bem empregues em visitas a monumentos.













A descida para Portalegre foi feita pela N246-1, uma verdadeira cama em forma de alcatrão.




Em Portalegre precisei de meter gasolina e começou a chover. Azar dos azares a primeira bomba tinha, segundo o proprietário, rebentado e era cheiro a gasolina por tudo o que era sítio. Foi então que um companheiro motard se ofereceu para me escoltar até outro posto de combustível no outro lado da cidade. A coisa ia correndo mal porque o maldito empedrado, além de molhado, tinha óleo. A coisa só não correu pior porque o rapaz até tinha um bom kit de unhas e conseguiu controlar a GSX-F a ponto de irmos os dois parar à berma sem nenhuma mazela. Quando chegámos às bombas (que não rebentaram) ambos soltámos uma grande gargalhada pela sorte dos diabos que tivemos. Maldita calçada!
O caminho até Estremoz não teve grande história. Em Monforte tive uma brigada que me seguiu até um parque de merendas algures no IP-2 mas, depois de eu parar, não me chatearam, apenas passaram devagar por mim enquanto eu tirava uma foto e ainda disseram que não queriam atrapalhar. Ao menos isso já que estava com fome, chovia e ainda ouvi um trovão ou outro lá ao longe.



A partir daqui o São Pedro voltou a dar uma ajuda. A chuva parou novamente, a estrada estava totalmente seca e a R381 revelou-se uma das melhores estradas que fiz. Um verdadeiro tesouro escondido na Serra d'Ossa.



Quando estava mesmo a chegar ao redondo apanhei a maior molha da viagem. Um dilúvio flash que nem me deu tempo de tirar o impermeável da mala da mota. Até acabou por saber bem porque estava bastante calor e serviu para refrescar um pouco. 
Já fresquinho ainda decidi parar em Évoramonte onde, juntamente com uma série de turistas, ficámos chocados ao ver uma placa no castelo a dizer "fechado para férias". Ridículo!




O restante caminho foi feito sem chuva, sem curvas e sem história. Apenas enormes rectas Alentejanas e Ribatejanas até chegar a casa. A mota ficou um nojo mas pelo menos já sei que bem perto de casa, tenho grandes curvas sem ter que me deslocar ao norte do país.



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