segunda-feira, 29 de julho de 2013

Volta a metade de Portugal - Dia 25 de Julho

Dia 25 de Julho

Este era suposto ser o dia de regresso a casa. O objectivo seria ir até Manteigas, subir até à torre e fazer o resto do caminho por Castelo Branco até casa. Mas não foi bem assim!

Para começar bem o dia, estava um frio do catano. Mesmo com a temperatura a subir devido aos raios de sol que iam rompendo, parecia inverno.

Decidimos então tomar o pequeno almoço no restaurante frente ao lago. Umas tostas, um Compal e um Ucal e estávamos prontos a atacar as curvas. Foi o que fizemos. Depois de pagar 18€ pela estadia e pequeno almoço, lá foi a margarida devorar umas curvas em direcção a Manteigas.

A estrada não era grande coisa. Havia pedaços arranjados que eram simplesmente um sonho, mas outros pareciam um trilho porreiro para fazer de CRF. Nada que impedisse a "Maria" de ir a cantarolar lá atrás.

Chegados a Manteigas, toca a meter gasolina, pedir uma factura e ouvir a pérola do dia: "Alexandre é com X ou com CH?". Ainda estive para pedir com CH só pela piada, mas achei que era ser demasiado mau e pedi como devia ser!

Era então, era hora de fazer a subida para a torre. No entanto, mesmo a sair de Manteigas... POUM! Um enorme estouro e a margarida começou a "varejar" de traseira. Vi logo que tinha um furo. Parei numa pequena sombra, desmontámos e, para meu espanto, o pneu tinha rebentado. "Que raio de sorte pá" pensei eu danado! O rasgo era demasiado grande para colocar um taco e tinha quase a certeza absoluta que não haviam oficinas de motas na vila.

Pensei então em colocar um taco com muita cola, usar o spray anti-furo e as botijas de ar comprimido para tentar chegar ao centro da vila. A coisa até funcionou. Muito devagar, lá vai ele à procura do primeiro pedestre que passasse para perguntar onde havia uma oficina. "Há uma perto das bombas de combustível!" disse alguém num grupo de jovens, ora isso era mesmo onde eu tinha estado e lá fui eu.

Quando cheguei, eram por volta das 13:20, hora de almoço. Fizemos uma espera até às 14h e, quando o senhor chegou, más notícias. Ele disse que não trabalhava com motas e em Manteigas não havia ninguém que pudesse safar. Ora toca de ligar para a assistência em viagem e pedir para levarem a mota para casa. Eis que tenho um choque. Há um plafond e a distância ultrapassava o valor. A mota tinha mesmo de ir para a oficina da Honda na Guarda. Vamos lá então esperar pelo reboque.

Passada quase uma hora, lá chega o Sr. do reboque num Patrol. Era só para ver onde estava uma vez que ainda tinha de ir buscar o reboque. Mais meia hora passada e finalmente chegou para levar a "piquena" ao o sr. doutor.

O sr. do reboque era muito simpático e um motard. Tinha um GSX 1100 F e deixou-me algo tranquilo na altura de carregar a mota uma vez que disse que já o tinha feito N vezes. No final da viagem, quando cheguei a casa, reparo nos riscos na jante de trás, no braço oscilante e foi então que vi que afinal o simpático sr. não tinha feito estes serviços assim tanta vez. Mas isso é um assunto a decorrer uma vez que ainda tenho de pedir orçamento da reparação para pedir indemnização.

A viagem para a oficina foi feita a abrir. Nunca tinha andado tão depressa num reboque. Apesar de tentar manter uma aparência calma, ia aterrorizado com a possibilidade da mota cair. Felizmente não aconteceu e rezei aos santinhos todos por termos chegado bem.

Já na Honda apenas havia um pneu na medida necessária, um bridgestone bt023 que iria custar 160€. Umas horas depois, já estava a mota pronta a andar.

Como já era tarde, não achei correcto fazer-me à estrada de noite. Decidimos então ficar no parque da Guarda. A minha esperança era que ainda fosse tão bom como quando pertencia à Orbitur. Mas não. Agora era camarário e tinha um ar abandonado. Como toda a cidade da Guarda aliás. Muitos grafittis, tudo com um ar muito velho, passeios desnivelados e por arranjar. Nada disto era como me lembrava quando passava fins de semana há uns anos neste parque de campismo.

Ultrapassado o choque inicial, dirigi-me à recepção e a funcionária não estava, tinha ido "comer qualquer coisa ao café". "Porreiro" pensei eu. Cansado e com fome, ainda tinha que esperar que a funcionária pública cumprisse com o seu direito da pausa para lanchinho. A sorte é que ela, mal eu ia começar a resmungar, estava a chegar para terminar o seu dia de trabalho árduo.

Finalmente montámos a tenda, lavámos a cara e lá fomos procurar um restaurante. A selecção foi para a Marisqueira Caçador. Sentámo-nos e logo estranhámos a falta de atenção do funcionário para connosco. Parecia apenas atender bem os amiguinhos que chegavam para jantar. Quase meia hora depois, sem ainda termos pedido nada, pedimos para mudar para o interior do restaurante, uma vez que no exterior o fumo a tabaco estava a incomodar. Lá fomos e passado algum tempo é que nos pediram desculpa pelo atraso porque estavam com falta de pessoal. A partir daí tudo correu bem. Eu pedi um bife do lombo à Inglesa, a "Maria" pediu lulas e, no final, foi tempo de rematar com uma mousse de café e um leite creme. Perfeito!

Agora de barriga cheia, era tempo de ir dar uma volta pela cidade que parecia totalmente diferente. A sua personalidade histórica parecia ter aparecido do nada e, de repente, estávamos deliciados a tirar fotos às igrejas, conventos e ruelas medievais. No entanto o cansaço era muito e fomos para o parque onde, durante o caminho, deu a sensação de estarmos a ser perseguidos por um indivíduo com ar duvidoso. Toca a acelerar o ritmo quase a passo de corrida e, ao chegarmos ao parque, ficámos espantados por não haver vivalma a guardar a entrada do mesmo. Inadmissível! Se nós entrámos sem ninguém dar conta, qualquer pessoa o faria. Ia ser uma noite de sobressalto.

Ficam as fotos deste dia:







































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